Quer dar certo nos Estados Unidos? Transforme seu sonho em projeto

 

Por Antonio Britto, 67 anos, jornalista, com longa carreira no setor público e empresarial brasileiro. É residente permanente nos Estados Unidos.

Em três anos de Estados Unidos e com a experiência de ouvir aqui as histórias de dezenas de famílias e empresas brasileiras, tenho uma convicção: respeitadas as exceções de sempre, deram certo os que tinham uma ideia concreta, muito concreta, sobre porque vir e como vir para os Estados Unidos e o conhecimento, ao menos básico, das diferenças entre a vida daqui e do Brasil. Ao contrário, e de novo respeitadas poucas exceções, fracassaram os que vieram apenas movidos pelo sonho, não tinham grande convicção sobre a mudança ou, pior, não tinham um plano minimamente organizado sobre o que e como fazer nos Estados Unidos.

A fase de sonhar com uma mudança, evidentemente, é a primeira e a básica. Sem ela, nada se moverá. Cada vez mais, infelizmente, famílias brasileiras desejam oferecer aos filhos outra experiência cultural, viver em um país que ofereça melhor educação, mais segurança ou oportunidades de crescimento pessoal, profissional ou empresarial. Ou, mesmo mantendo-se residentes no Brasil, passara ter oportunidades de intercâmbio, permanências temporárias ou extensões de seus negócios pessoais ou empresariais nos Estados Unidos.

Qualquer que seja o sonho, ele tem grandes chances de se tornar realidade, respeitada a legislação e a regulamentação existentes. Mas, e este mas decide o futuro dos sonhos, é preciso torná-lo um projeto. Pelo que se observa aqui, um projeto que ao menos.

1.Não seja apenas de uma pessoa da família ou de um dos sócios da empresa. Em dezenas de casos conhecidos, a família/empresa não tinha consenso sobre a mudança. E ela, quando ocorre, torna-se motivo para um conflito permanente. O filho que não queria vir por causa dos amigos. O sócio que divergia sobre a vantagem de investir em outro mercado e assim por diante. Em inúmeras situações na qual a execução do plano, que já acarreta muitas dificuldades, não tem o apoio, a convicção de quem deveria estar totalmente envolvido nele.

2. Disponha-se a viver de acordo com uma nova cultura. Este talvez seja um dos problemas mais comuns. Famílias ou empresas que cogitam aproveitar as oportunidades do novo país, mas ao mesmo tempo recusam-se a entender ou aceitar as diferenças culturais e, sem abrir mão de suas origens, adaptar-se à nova realidade. Os famosos brasileiros que não saem do Brasil ainda que vivendo fora dele. Quer morar em outro país? Ótimo. Mas assuma que da culinária aos costumes, da cultura a legislação, você vai viver diferenças. E quem tem que se adaptar é você.

3.No campo empresarial, pense também no mercado norte-americano. São milhares os brasileiros que nos Estados Unidos estabelecem negócios apenas para… brasileiros. Dos restaurantes com comida típica aos que vendem pão de queijo, imagino que a maioria absolutíssima de atividades profissionais/empresariais tem como horizonte apenas o mercado brasileiro nos Estados Unidos. Este, embora grande, não é suficiente para tanta concorrência entre os mesmos serviços ou produtos. De novo, salvo exceções, tentar trabalhar, vender ou produzir para americanos têm que estar no horizonte de qualquer projeto.

Em resumo: infelizmente, só os sonhos não garantem as oportunidades. Venha. Mas antes construa dentro de você e com os seus, a convicção sobre porque está vindo. Para que está vindo. Como está vindo. E boa sorte!

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